sexta-feira, 16 de março de 2007

Revistas de cultura abrem espaço para humor e quadrinhos




Mais humor e quadrinhos invadindo revistas de cultura: a Continente Multicultural de março traz um especial sobre humor gráfico no Brasil, enquanto a Revista Cult dedicou seu dossiê de março à "revolução" dos quadrinhos.

Na Continente, três matérias tratam de caricaturistas e chargistas que fizeram e fazem história nos jornais e revistas brasileiras desde os anos 30 do século 19. A principal, assinada por Carlos Haag, traça um panorama nacional e cronológico sobre o assunto, a partir de 1837, quando um desenho de Manoel de Araújo Porto-Alegre denunciava um caso de corrupção nos Correios. Pioneirismo desmentido pelo cartunista e pesquisador Laílson Cavalcanti, que em sua matéria recorre à publicação primordial O Carcundão , jornal satírico publicado no Recife entre 25 de abril e 16 de maio de 1831 para indicar uma ilustração anônima de um burro corcunda destruindo a coices uma coluna grega como a primeira caricatura publicada no Brasil. Por sua vez, Diego Dubard se debruça sobre a pouco valorizada história do cartunismo pernambucano, uma trajetória que tomou vulto com a vinda da Corte Real ao Brasil, passou por Gilberto Freire assinando com um pseudônimo, por um talentoso menino que morou na rua, conhecido como Gato Félix, até desembocar no conhecido Papa-Figo e a produção atual. Abaixo, um desenho do Gato Félix:



Surpreendente o número de páginas dado pela Cult para tratar de quadrinhos, praticamente ausentes das páginas da revista especializada em literatura nos mais de dez anos de revista. Reflexo da mudança de editora, ou da mudança no mercado de quadrinhos? O pesquisador Gonçalo Jr. faz o diagnóstico no texto "Bancas em baixa, livrarias em alta", e conclui que a crise das revistas em quadrinhos de banca de jornal tem mais a ver com a falta de criatividade da atual produção do que com a suposta ameaça da internet e jogos eletrônicos. Afinal, nos anos 80, auge comercial dos gibis, já havia televisão... De quebra, matérias sobre a história das graphic novels, censura, musas eróticas das HQs, e uma entrevista com um Ziraldo um tanto antipático.

Nenhum comentário: