sábado, 23 de agosto de 2008
Um longo Despertar
Separações levam a pensar nas diferenças entre o antes e o depois de uma relação, e como a recente experiência será levada (ou o levará) até o fim dos dias. Agora que tudo terminou, não sou mais o mesmo, assim como vejo o outro - e o mundo - com outros olhos.
Neste mês de agosto se encerra a longa relação entre leitores brasileiros e a mais famosa criação do escritor inglês Neil Gaiman. Sandman - despertar (Conrad, R$ 69,90) é o décimo e último livro desta série em quadrinhos que marcou época, e que desde 2004 estava sendo republicada pela Conrad em definitivos volumes de luxo.
Até então, a série tinha sido lançada em 75 números no formato comics. No Brasil, a primeira edição data de 1989, pela Editora Globo. Naquela época (assim como hoje, talvez), não havia nada tão elaborado conceitualmente nos quadrinhos.
Sandman (Homem da areia) é um personagem da cultura popular européia, que sopra areia nos olhos para as crianças dormirem. Reinventado por Gaiman, ele assume a identidade de Lorde Morpheus, mestre do Sonhar, reino habitado por todos nós em algum momento da vida. Para saber mais sobre Sandman e seus irmãos Perpétuos, clique aqui.
Um universo paralelo certamente fantasioso, porém tão detalhado em nuances que parece real. Me lembro bem da minha primeira percepção involuntária dessa realidade não aconteceu enquanto lia a HQ, mas no ato corriqueiro de preparar uma comida. Naquele momento percebi que obras de arte são assim, permanecem vivas após o contato.
Para existir, uma relação precisa levar a lugares novos, neste caso, no mínimo, estranhos. De forma que o fim chega envolto de melancolia e certa resistência, como naqueles sonhos bons que, a despeito dos ânimos, insistem em terminar.
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Um comentário:
nao conheço mas vou me aventurar.
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