quinta-feira, 15 de novembro de 2007

"Fun Home" ganha edição nacional pela Conrad



Acabei de receber uma cópia da edição brasileira de Fun Home - uma tragicomédia em família (Conrad Livros, R$ 42,90), a premiada HQ autobiográfica de Alison Bechdel.

Livro do ano (Time Magazine, 2006) e melhor graphic novel de 2007 (Eisner Awards), Fun Home tem forte influência da literatura de Proust, Camus, Wilde, Joyce e... A Família Adams.

A relação (ou a falta dela) com o pai é o foco principal do livro de Bechdel. Homossexual não assumido, o pai é apresentado como frio, metódico, e obcecado por decoração vitoriana.

Além de ser professor de inglês, outra atividade do pai da desenhista era cuidar de uma casa funerária, em inglês funeral home, batizada palas crianças de fun home (casa de diversão).

Fun Home aumenta a lista de boas obras do gênero, como Epiléptico, American Born Chinese, Persépolis, e os clássicos Maus , Gen e os quadrinhos de Robert Crumb.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Devir lança Whiteout: Morte no Gelo



Whiteout: Morte no Gelo (128 páginas, R$ 25) é o novo lançamento da Devir/Dark Horse. Antes que você pergunte, não, a arte da capa acima não é de Frank Miller. É de Steve Lieber, o mesmo desenhista de Grendel Tales e Civil War: Frontline. Ele dá forma à história de Greg Rucka, um bem executado thriller policial ambientado na Antártida.

A protagonista é a policial norte-americana Carrie Stetko. Cercada de gelo por todos os lados, ela vive isolada do mundo e gosta muito disso. Só que para continuar por lá, precisa prender um assassino com um furador de gelo na mão.

Um corpo congelado na neve, protagonista com tendências lésbicas, um mistério a ser investigado. Elementos bastante parecidos com a HQ Umbra, outro título publicado pela Devir no início deste ano.


ARTE DE FRANK MILLER PARA A CRIAÇÃO DE GREG RUCKA

A série de quatro revistas chega ao Brasil encadernada em formato livro. Cada capítulo traz como bônus a arte dos mestres Mike Mignola (HellBoy), Dave Gibbons (Watchmen) e Frank Miller (precisa mesmo apresentar?), ótimas referências para dar consistência a qualquer trabalho.

Vem aí... Jornada de Cinema Silencioso em Recife

Entre 19 e 22 de novembro, a Fundação Joaquim Nabuco traz para Recife a I Jornada do Cinema Silencioso, evento realizado em São Paulo pela Cinemateca Brasileira em agosto deste ano, e que reuniu verdadeiras preciosidades da cinematografia nacional.

Fazem parte da programação os filmes do Ciclo do Recife (1923-1931), período em que a cidade foi um dos maiores pólos de produção do cinema nacional. "Aitaré da Praia" (Gentil Roiz), "A Filha do Advogado" (Jota Soares), "Veneza Americana" (Hugo Farangola) e "Jurando Vingar" (Ary Severo), são produções que integram a jornada.

O objetivo maior do evento é o diálogo do passado com o presente, mostrando, entre outras coisas, como as novas tecnologias de restauro podem ajudar a voltar ao passado e reinterpreta-lo.

A Jornada tem ainda o compromisso de incitar o diálogo da cinema com a música popular e erudita e com a atual produção audiovisual. O encontro espera promover discussão tanto para quem trabalha na área de restauração quanto para quem aprecia a estética cinematográfica.

Além da exibição de obras raras, o evento conta com três mesas de debate (“Ciclo do Recife”; “Preservação de acervos cinematográficos”; e “Cinema Pernambucano Contemporâneo”). Por ocasião da abertura do evento, será lançado o livro “Relembrando o Cinema Pernambucano”, de Paulo Cunha.

Veja abaixo programação completa:

Segunda, 19 novembro
TEATRO DE SANTA ISABEL

20h - Abertura
A Filha do Advogado (92 min) – Exibição em DVCam
Trilha sonora - pianista Marco Caneca

Lançamento do livro Relembrando o Cinema Pernambucano, de Paulo Cunha

21h30 - Coquetel

Terça, 20 novembro
CINEMA DA FUNDAÇÃO

19h30 - Aitaré da Praia (62 min, 35mm)
Trilha sonora - Muniz do Arrasta-pé e Naércio do Acordeon, com a direção do compositor Lívio Tragtenberg, criador da Orquestra das Ruas de São Paulo

Coffee-break

20h30 – mesa-redonda - Ciclo do Recife - Homenagem ao cineasta Fernando Spencer

Coordenação: Rita de Cássia Araújo, diretora de Documentação da Fundaj

Debatedores: Alexandre Figueirôa (professor e pesquisador da Universidade Católica de Pernambuco), Luciana Corrêa de Araújo (professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos), Paulo Cunha (professor da Universidade Federal de Pernambuco), Fernando Spencer (cineasta)

Quarta, 21 novembro
CINEMA DA FUNDAÇÃO

19h30 - Grandezas de Pernambuco (30min, 35mm); Recife no Centenário da Confederação do Equador (10 min, 35mm),
Trilha sonora - André Freitas

Coffee-break

20h30 – mesa-redonda – Preservação de acervos cinematográficos

Coordenador: André Gil (técnico em conservação da Fundaj)

Debatedores: Carlos Roberto de Souza (coordenador da Jornada Brasileira de Cinema Silencioso), Patrícia De Filippi (coordenadora do Laboratório de Restauração da Cinemateca Brasileira) e Lula Cardoso Ayres Filho (diretor do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres)

Quinta, 22 novembro
CINEMA DA FUNDAÇÃO

18h30 - Jurando Vingar (52 min, 35mm)
Trilha sonora - Loop B e Pedro Osmar

Veneza Americana (61min, 35mm)
Trilha sonora - Alex Mono e Pi.R

Coffee-break

20h30 – debate – Cinema Pernambucano Contemporâneo

Coordenador: Kleber Mendonça e/ou Luiz Joaquim

Debatedores: Luis Antônio Carrilho (Cineasta e representante da ABD – PE) e João Vieira Jr (Produtor da REC Produtores Associados, a confirmar), Paulo Caldas (Cineasta), Germano Coelho Filho (Produtor da Carcará Filmes, a confirmar).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Jim Jarmush em Brasília



Ainda dá tempo: até 18 de novembro, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. Informações: (61) 3310-7087 ou www.bb.com.br/cultura

NOVEMBRO_IMAGÉTICO_MULTIMIDIÁTICO_ARTISTICO



Mais informações:

81.92418275
81.86178324

www.oimaginauta.blogspot.com
www.flickr.com/photos/oimaginauta
www.youtube.com/user/ghtavora
www.multimediaimageticteaching.blogspot.com

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Devir lança "O Sonhador", de Will Eisner



A Devir Livaria acaba de lançar O sonhador (56 páginas, R$ 22), de Will Eisner.

Inédita no país, O sonhador conta a história de um rapaz idealista que sonha em trabalhar no que mais gosta: desenhar quadrinhos. Ele enfrenta várias dificuldades, pois tudo se passa entre 1937 e 1939, um pouco antes da Segunda Guerra ser deflagrada. Naquele período, a indústria dos comics norte-americanos ainda engatinhava, e o livro conta um pouco sobre esses primórdios, do qual o próprio Eisner fez parte.


1941 - WILL EISNER EM SEU ESTÚDIO, EM MANHATTAN

"O Sonhador, embora tenha sifo inicialmente elaborado como uma obra de ficção, no fim tomou uma forma de um relato histórico. Tudo isso saiu do armário desordenado onde guardo lembranças amareladas da minha experiência", diz Eisner, no prefácio original, escrito por ocasião de seu lançamento nos EUA, em 1986. Na época, o criador de Spirit e precusor do conceito de graphic novel já era um nome consagrado no universo dos quadrinhos.

Altamente recomendado.

FIHQ no Overmundo



Desde o começo deste mês, estou escrevendo oficialmente para o site Overmundo. É um espaço virtual colaborativo, de código aberto, em que as pessoas podem enviar notícias sobre cultura do Brasil - isso vale pra você também!

Entre outros textos, escrevi um balanço da nona edição do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco. Para ler, basta clicar aqui. Assim como neste blog, aguardo sua visita e comentários também por lá.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Segundo volume de Lost Girls: ainda mais apimentado



Estas são as poucas cenas "censura livre" contidas no segundo volume da trilogia em quadrinhos Lost Girls (Devir Livraria, 112 páginas, R$ 65), de Alan Moore e Melinda Gebbie.

Nele, as meninas crescidas Alice, Dorothy e Wendy continuam explorando a amizade íntima que construíram, enquanto narram umas às outras as aventuras sexuais que as lançaram, quando adolescentes, aos fantasiosos universos do País das Maravilhas, Oz e Terra do Nunca.



PRECIOSA POESIA VISUAL DE MELINDA GEBBIE

Tudo se passa em 1913, nas dependências de um luxuoso hotel austríaco. Sob a tutela de Alice, a mais experiente do trio, elas conduzem o leitor a um mundo de prazeres sensoriais e perceptivos.

Numa bela entrevista que o jornalista Diego Assis publicou no site de notícias G1, Alan Moore diz que Lost Girls só foi possível graças à extraordinária relação de intimidade desenvolvida com sua companheira, a desenhista Melinda Gebbie, que permitiu a ambos expressar suas mais profundas fantasias sexuais.

Ele ainda explica que, apesar de não ter a intenção de chocar ninguém com o livro, ele se coloca contra a hipocrisia ocidental de reprimir o sexo no dia a dia, ao mesmo tempo em que o torna objeto de lucro de uma indústria cultural de bens de consumo.



Discussões políticas à parte, As terras do nunca está ainda mais picante, poético e exuberante do que o primeiro livro, Meninas crescidas.

Aqui, entende-se pelo viés psicanalizante, a quem é o gato sorridente de Alice, o Capitão Gancho (um senhor pedófilo que estragava as brincadeiras sexuais de Peter Pan, Sininho e Wendy) e do Espantalho que... bem, é melhor eu não dizer mais nada, a não ser isso: Lost Girls, a HQ que devolveu à pornografia ao estado da arte.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Zé Pereira nº2 traz HQ inédita de Allan Sieber



A revista Zé Pereira nº2 traz uma HQ inédita de Allan Sieber.

Hitler no Leblon revela que o temido líder nazista se misturou aos brasileiros, sob o apelido de "Dodô". Entre festas de universitários e passeios na praia, ele acaba finalmente conhecendo a favela, e se emociona:



Além do trabalho de Sieber, esta edição da Zé Pereira traz matérias sobre a vida no bairro carioca de Santa Tereza, outra sobre o mercado informal de cabelos, uma crônica ilustrada de Ota sobre seu encontro com o Saci-Pererê e, no final, a página de humor "Mal Necessário", assinada por Arnaldo Branco.

A revista está nas bancas somente do Rio de Janeiro, mas pode ser comprada pela internet mediante módicos R$ 2, através do email cartas@revistazepereira.com.br .

Angeli, de volta à Piauí



Angeli está de volta às páginas da revista Piauí. Na capa, e em quase todas as páginas. Neste mês de outubro, o periódico carioca comemora um ano de existência.



No desenho da capa, terroristas árabes parecem ter feito de refém um pinguim de geladeira vestido como Che Guevara. É uma brincadeira com a capa da edição número 2 da revista, que tinha o mesmo sugestivo objeto em cima da geladeira.

Entre as matérias, que tratam de Paulo Maluf a Evo Morales, é possível encontrar várias tirinhas de Angeli, todas da série já famosa nos jornais, "A República dos Bananas". Para falar no assunto, escalaram ninguém menos do que Millôr Fernandes.

Millôr define Angeli não como artista maldito, mas como "revelador" de tipos que estão em todos os cantos, apesar da convenção social não permitir enxergá-los como realmente são. "O desenho do Angelí é a busca, bem-sucedida, de retratar os escrotos que estão diante de nós e nós não vemos. (...) Diz aí, Amália, é porque são nosso reflexo"?


"ANGELI NÃO ANDA EM TURMA", DIZ A LEGENDA

domingo, 21 de outubro de 2007

Notícias do primeiro 24HCD Recife



Visitei agora há pouco o estúdio da Oi Kabum!, no Recife Antigo, onde estão em regime de internamento os participantes do 24 Hour Comic Day - Recife. Quando cheguei lá, quase bebi um líquido preto num copo descartável pensando que fosse café. Era tinta nanquim.

Nesta primeira edição do evento que encerra as atividades do circuito experimental do FIHQ, os três melhores trabalhos ganham troféus, kits de quadrinhos, e a oportunidade de ter seu trabalho publicado numa coleção.

A produção está alta, tem desenhista quase terminando as 24 páginas - e olha que não havia passado nem 12 horas desde o início do desafio. O que tornou o local uma bagunça de tinta, papel, pincel e bolsas espalhados por todo o lado.

Tudo começou às 9h de sábado, quando a organização deu a largada oferecendo dois temas para livre escolha dos participantes. Um deles, Anderson Lucena, começou desenhando um tema, mas, lá pelas tantas, mudou de opinião e começou tudo de novo. Ele disse que sua HQ é sobre a indústria do consumo e da guerra, sendo George Bush e Bin Laden são dois lados da mesma moeda. Veja uma amostra de seu trabalho:







Já Anaíra Mahin, em plena página 10, ainda não sabia dizer qual o tema escolhido. Deixou para decidir durante o processo. Está criando uma história-fluxo-de-consciência conduzida por uma galinha d'angola (ou guiné), e onde a própria autora é uma das personagens:



Além do indispensável café preto, a organização do 24HCD providenciou um tratamento vip para receber os desenhistas, o que inclui café da manhã, almoço e janta (tipicamente pernambucana: macaxeira com charque), além de dois lanches com direito a melancia, sanduíche de queijo e refrigerante. Tudo grátis, assim como o material de trabalho: canetas, nanquim, godês, lápis, pincéis, estiletes, cola e apontadores.

Bem estruturada e de localização central, a sede da Oi Kabum! é uma grande aliada para a viabilidade e continuidade do projeto. O coordenador Romo Oliveira diz que para o evento melhorar ainda mais, só falta uma premiação em dinheiro. Ele também adianta que o Recife: 12 horas de HQ, continua como forma de aquecimento para o 24HCD.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Tudo pronto para o 24HCD Recife



Começa amanhã (sábado) a edição recifense do 24 Hour Comics Day (24HCD), o desafio internacional de criação de quadrinhos. A partir das 9h, no estúdio da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro do Recife), 10 artistas terão o prazo de 24 horas para produzir uma história em quadrinhos de 24 páginas.

Os três melhores ganham troféus, kits de quadrinhos, e a oportunidade de ter seu trabalho publicado numa coleção. O nome dos 10 classificados está publicado no blog do evento, que promete uma ampla cobertura online.

Quem quiser acompanhar o 24HCD Recife pessoalmente, é só chegar no endereço acima. O horário de visitação foi delimitado entre as 9h e 21h de sábado. Depois das 21h, as portas da Oi Kabum! estarão fechadas, mas o concurso segue até as 9h do domingo.

De acordo com o coordenador Romo Oliveira, está tudo certo para começar o desafio. Ele disse que, dos eventos sediados no Brasil (o 24HCD acontece também em Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba), a edição recifense terá a melhor estrutura.

Coordenado pela Acape, Livrinho de Papel Finíssimo Editora e Estúdio Celeiro de Quadrinhos, o 24HCD Recife faz parte do Circuito Experimental do 9º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos, uma realização conjunta da Acape e da ONG Auçuba - Comunicação e Educação, com patrocínio do Funcultura, apoio da prefeitura do Recife e da gráfica Centauro/Kyocera.

Graças à essa rede de patrocínio e apoio, os organizadores do evento conseguiram uma boa estrutura para os maratonistas, que receberão tratamento cinco estrelas totalmente grátis: material completo de desenho, três refeições, dois lanches, frutas, colchonetes, e muito café preto. "Só pedimos para os concorrentes trazer travesseiro, se for o caso", brinca Romo.

O 24HCD foi criado em 1990, pelo célebre Scott McCloud, artista e teórico dos quadrinhos, autor de Desvendando os quadrinhos, Reiventando os quadrinhos e Desenhando quadrinhos.

Durante uma década, ele existiu em menor escala, em que cada participante trabalhava por conta própria ou em pequenos grupos. A primeira edição de peso aconteceu em abril de 2004, quando 500 desenhistas trabalharam em 57 eventos simultâneos. No ano passado, ele reuniu 1.200 desenhistas de 17 países. Este ano, foram cadastrados 92 eventos em 18 países ao redor do mundo.

domingo, 14 de outubro de 2007

No ar: RALmanaque, o blog do RAL



RAL tarda, mas não falha. Até dois meses atrás, este veterano das artes gráficas era impossível de ser encontrado em qualquer quadrante desta grande – infinita, há quem garanta – internet. O que contribuiu para sua fama de artista um tanto quanto lendário. Experimente procurar por "RAL" no Google, e terá como resultado direcionamentos para um sistema alemão de orientação de cores (padrão RAL) e para a Rede Avançada de Locação. Sugerindo um possível erro de digitação, o sistema de busca sugere uma nova pesquisa, com a palavra-chave REAL.

Destarte (para usar outro verbete pré-web), digitar hoje seu nome junto à sigla FIHQ, significa encontrar mais de mil notícias sobre Romildo Araújo Lima. Todas dizem respeito à sua participação no 9º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco (confira cobertura em posts anteriores do Quadro Mágico), onde recebeu as devidas homenagens e honrarias, e teve seu personagem, o Boi Misterioso, promovido a mascote e troféu. Ponto para o evento: elevou RAL à altura que merece, e apresentou sua arte para novas gerações.


RAL BRINCA COM UM DE SEUS DESENHOS EXPOSTOS NO 9º FIHQ

Em quase 40 anos de atividade profissional, RAL teve seu trabalho publicado em praticamente todos os jornais e revistas pernambucanos, além da Gazeta Mercantil e revistas do Rio e São Paulo. Além disso, foi colaborador constante do Pasquim, desde a fase mais heróica de resistência à censura dos generais.

De uns anos pra cá, RAL viveu certa reclusão artística, mas continuou trabalhando como designer e ilustrador de publicações institucionais. Feliz com a homenagem recebida pelo FIHQ, o artista experimenta um momento de retorno para o mundo de onde ele nunca deveria ter saído: o do humor gráfico.


CARTUM DE RAL PUBLICADO NO DIARIO DE PERNAMBUCO

O primeiro passo foi aceitar a homenagem do festival. O segundo foi voltar a assinar cartuns para o Diario de Pernambuco, jornal em que foi editor de arte por mais de duas décadas. O terceiro foi dado ontem à noite, quando colocou no ar seu blog, o Ralmanaque.

A proposta do RALmanaque é intercalar material inédito com sua vasta e heterogênea produção de tiras, charges, cartuns e ilustrações.

No primeiro post, a grata surpresa de conhecer uma nova - e recém-nascida - personagem: Lalá, baseada na netinha Larissa. Deste escriba, somente um comentário: Lalá vai longe.

O Quadro Mágico entrevistou RAL, que no momento organiza seu primeiro livro-coletânea de desenhos, com o mesmo título do blog. Confira no post abaixo os melhores momentos da conversa.

Quadro Mágico entrevista RAL: "o Pasquim foi o meu curso superior"



Quais quadrinhos você lia quando criança?

Gostava de Cavaleiro Negro, Batman e Tarzan. Dos outros, o estilo desenho não me agradava, mas as histórias sim: Brucutu, Perdidos no Espaço... gostava das tirinhas, essa coisa da seqüência.

Você já gostava de desenhar naquele tempo?
Meu irmão desenhava bem, e eu comecei a imitá-lo. Ele fazia revistinha no caderno da escola, ou no papel de pão. Ele pedia na padaria, e desenhava histórias completas. Com 13 anos, fiz um curso de desenho, em Arcoverde (interior de Pernambuco). Meu irmão, não. Ele já estava adolescente, e queria outras coisas. Vi o anúncio oferecendo o curso: Escola Pan-americana de Arte, “o curso dos famosos artistas” (risos). Entre eles tinha Ziraldo. Nem sabia o que era cartum, queria ser desenhista de quadrinhos. Mandava trabalho, e eles avaliavam, até receber o diploma. Em 1966, minha família resolveu se mudar para o Recife, e eu resolvi tentar a minha área.

Então você começou cedo.
É, foi uma aventura. Em 1968, com 17 anos, fui colaborador do Jornal do Commercio, tentando cavar um local pra mim.Eu acreditava em outra coisa. Meu irmão começou a trabalhar em seguro, área administrativa, minhas irmãs foram ser professoras. Nessa época, a pressão era pra deixar de desenhar, e procurar um emprego, coisas que dão dinheiro. Mas eu vivia freqüentando uma banca de revista de um tio meu. Um dia, vi uma que tinha um tipo de concurso pra publicar na revista deles, da editora Edrel (Editora e Distribuidora de Livros e Revistas, de São Paulo). Na época nem chamava de cartum, era do tipo “anedotas e piadas”. Mandei o material dentro do estilo, aquela coisa mais do humor pelo humor, só pra fazer graça. E consegui entrar como colaborador, trabalhando daqui. Fiz um pezinho de meia.

Quando a Edrel fechou as portas, fiquei de novo num mato sem cachorro (risos). Tive que procurar outra alternativa além do cartum. Aí procurei meu amigo Ivan Maurício, que tinha uma publicação alternativa chamada Resumo, e comecei a publicar por lá. Depois, conheci um amigo dele, um psicólogo chamado Ronaldo, que me indicou pra uma agência de publicidade. Peguei também o trabalho publicado na Edrel, e consegui publicar na coluna de um jornalista chamado Paulo Fernando Craveiro, que trabalhou muito tempo na imprensa. Depois eu o encontrei já no Diário de Pernambuco, quando fui editor de arte.

A partir de quando foi isso?
Em 1995, quando entrei no Diario como ilustrador, não existia setor de arte. Era só o departamento comecial, que fazia os anúncios, e um infografista chamado Júnior. Em 1997, Ivan Maurício deu esse empurrão e criou o setor. Me chamou, chamou Júnior, e eu chamei João Lin. Lá de dentro, consegui tirar Paulo Brasil, que ainda hoje trabalha lá. Fiquei no Diario até 1998, quando Mascaro ainda era estagiário. Daí passei três meses na Folha de Pernambuco, e de lá fui pra Gazeta Mercantil. Não deixou de ser escola, já que não existia escola de desenhista.

E no Pasquim, como você entrou?
Graças ao sustento que ganhava fazendo jornais institucionais, pude colaborar com cartuns para o Pasquim. O Pasquim eu também conheci nessa banca do meu tio. Um dia eu tava lá, e chegou um jornal estranho, com uma entrevista com o Ibrahim Sued. O Pasquim foi a minha escola. O primeiro grau foi o curso de desenho; o segundo foram os jornais locais; o Pasquim foi o meu curso superior (risos). Foi quando comecei a fazer as coisas com uma noção maior de engajamento.


CAPA DO PASQUIM NÚMERO 1

Você colaborou com o Pasquim estando o tempo todo no Recife?
Sim. Eu visitei uma vez a redação do Pasquim no Rio de Janeiro. Fui pro Rio com meu material de quadrinhos pra ver se publicava um livro, intitulado Know-RAL. Não consegui, mas conheci Ziraldo, Jaguar, Millôr...(risos). Logo depois, quem chegou foi José Lewgoy. Presenciei a secretária chegando com um pacote de envelopes com o material censurado. Eles ficaram indignados.


RAL AO LADO DO BOI MISTERIOSO, SUA CRIAÇÃO MAIS FAMOSA, E QUE GANHOU UM BONECO GIRATÓRIO NO FIHQ

Qual é a história do Boi Misterioso?
Mais uma vez, Ivan Maurício (risos). Ele estava como editor do Diário da Noite, mantido pelo Jornal do Commercio – que era um Folha de Pernambuco da época. Ele chamou a mim, Paulo Santos e Bione, e disse: “vocês vivem reclamando que não tem espaço pra publicar tira. Então vamos publicar”. Nenhum deles fez, e então pensei: “é a minha chance”. Comecei a rabiscar, pensando no bumba-meu-boi que eu via no interior, e pensei: “é um bom personagem”. Mas eu não sabia a parte toda do folclore do boi. Um dia estava conversando com Ivan, e ele tinha um livro de Hermilo Borba Filho com uma parte só sobre isso. Eu peguei o livro – nunca mais devolvi (risos) – e comecei a ver os personagens: o Capitão, a Catirina, dá pra fazer uma brincadeira com isso. E já que estávamos na ditadura, coloquei o Capitão como a autoridade, e o Boi como o povão. Apesar do bumba-meu-boi original ser bem colorido, lá embaixo está alguém, uma pessoa pobre, oculta. Pensei: “vou colocar isso pra frente: o boi vagabundo, com a roupa remendada”.

Quais são seus novos projetos?
Eu acho legal o blog, porque não precisa de editor pra distribuir, não é? (risos) Comecei, mas não amarrei, porque se não alimentar, não tem graça. Quando tiver alguma coisa nova, publico (nota: a entrevista foi feita antes de RAL lançar o blog). Para o ano que vem, pretendo reunir meu trabalho em antologia. Uma vez fiz uma aposta com Clériston*, pra ver quem fazia um livro primeiro. Somos dois preguiçosos!

* Antonio Clériston, autor do projeto HQCD: e o som virou quadrinhos, e chargista diário da Folha de Pernambuco.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Saiba tudo sobre o 24 Hour Comics Day no Recife



Formalmente, o FIHQ 2007 terminou neste último domingo.

Paralelamente, ele continua até 22 de outubro, através da programação do Circuito Experimental, sob o comando da Livrinho de Papel Finíssimo Editora e Estúdio Celeiro de Quadrinhos.

Durante os últimos 30 dias, o circuito lançou novos títulos da coleção Olho de Bolso, ofereceu oficinas de fanzine, projetou e publicou quadrinhos nas paredes da cidade.

Agora, se prepara para realizar a extensão recifense do 24 Hour Comics Day (24HCD), o concurso internacional de criação de histórias em quadrinhos.

Esta é a quarta edição do 24HCD. No ano passado, ele reuniu 1.200 desenhistas de 17 países. Este ano, até o momento, estão cadastrados 88 eventos, em 16 países ao redor do mundo.

Além do Recife, participam mais três cidades brasileiras: Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.

São apenas 10 vagas para participar do 24HCD Recife. As inscrições, gratuitas, estão abertas para maiores de 16 anos, até 17 de outubro, através do e-mail 24hcd-2007@acape.org.br . O regulamento está no site da Acape, junto com a convocatória e o cartaz.

No 24 Hour Comics Day, cada participante deve produzir uma HQ completa com 24 páginas, no período de 24 horas. A competição começa às 9h do sábado, dia 20, e termina às 9h do domingo, dia 21. Os três melhores trabalhos recebem troféus, kits de quadrinhos, e serão publicados numa coleção de até três volumes, produzida pela Livrinho de Papel Finíssimo Editora. O resultado será divulgado até as 19h do domingo.

Os organizadores reservaram o estúdio da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro do Recife) para servir de quartel general do evento. Lá dentro, haverá toda uma estrutura para receber os quadrinhistas. Até às 21h, o local estará aberto para quem quiser acompanhar a maratona. Após o horário, as portas se fecham para o público, mas o concurso continua até o dia seguinte.

Haja café preto.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Uma HQ para dias chuvosos


"A PRIMAVERA REINICIA O PROCESSO DANDO AO MUNDO AS FERRAMENTAS PARA O PRÓXIMO OUTONO"

Dia de chuva em Olinda. Bom pra ficar em casa. Melhor ainda, bem acompanhado.

Estando ou não ao lado do seu xodó, o Quadro Mágico recomenda para dias como hoje o romântico livro em quadrinhos 12 Razões para amá-la (Devir Livraria, 152p. R$ 22,00).



As 12 razões são fruto da parceria entre Jamie S. Rich (texto) e Joëlle Jones (desenhos), sobre o relacionamento do casal Gwen e Evan. Cada capítulo sugere uma música diferente, e conta, sem ligação entre si, diferentes momentos da vida dos jovens pombinhos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Última semana de FIHQ 2007 - confira a programação


SÉRIE "IBICUS", DESENHADA POR PASCAL RABATÉ

Eis que, aos 44 minutos do segundo tempo, o Festival Internacional de Humor e Quadrinhos ganhou ainda mais fôlego. Este último final de semana do evento, que termina no domingo, se ilumina com a presença do ilustrador francês Pascal Rabaté. O artista faz palestra grátis neste sábado, às 15h, no auditório da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147, Bairro do Recife).

Com formação pela Escola de Belas Artes de Angers, Rabaté possui mais de duas dezenas de obras publicadas. Seu trabalho mais conhecido é Ibicus, adaptação do romance de mesmo nome do escritor Aléxis Tolstoi, que narra aventuras ocultas durante a tomada da Rússia pelos revolução socialista, em 1917.

O FIHQ termina domingo, mas a festa de encerramento é hoje, no Burburinho Bar e Comedoria (Rua Tomazina - Recife Antigo). Começa às 22h, e terá jazz e do blues ao vivo com a banda El Mocambo. Haverá ainda mini-exposição, com trabalhos de alguns participantes do festival. Os ingressos custam R$ 3. Informações pelo telefone (81) 3224.5854.

As exposições seguem até o domingo na Torre Malakoff, com horário estendido das 15h às 22h. Além dos 194 trabalhos selecionados em cinco categorias pela mostra competitiva (veja os vencedores aqui), existem individuais de Ral (artista homenageado), dos gêmeos paulistanos Fábio Moon e Gabriel Bá, dos mineiros Nelson Cruz e Márcio Leite, do paraibano Shiko, do cartunista paulista Baptistão e do piauiense Jota A. A entrada é gratuita.

Confira agora a seleção que o Quadro Mágico fez dos trabalhos expostos:


ARIANO SUASSUNA, POR BAPTISTÃO


ILUSTRAÇÃO DE NELSON CRUZ PARA MOBY DICK


CARTUM DE JOTA A


CARTUM DE MÁRCIO LEITE


CARTUM DE RAL, SELECIONADO PELO SALÃO DE BERLIM 1975


CARTUM DE RAL PUBLICADO PELO PASQUIM


CARTUM DE LI XIAOANG (CHINA), MENÇÃO HONROSA NO FIHQ 2007

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Capa do CD Sabiá Sensível é o novo trabalho de Victor Zalma



O artista gráfico Victor Zalma acaba de produzir a capa do primeiro CD da banda Sabiá Sensível. Para quem quer conhecer melhor a arte deste jovem talento pernambucano, basta clicar aqui e também aqui.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Rosinha Campos lança "Esmeralda", com ilustrações e histórias inspiradas em lendas de Fernando de Noronha


CAPA DE "ESMERALDA" - LANÇAMENTO NESTE DOMINGO, NA LIVRARIA CULTURA


A ilustradora de livros infantis Rosinha Campos se prepara para lançar Esmeralda (32 páginas, R$ 28)). Seu novo livro é publicado pela Projeto, editora gaúcha que há 15 anos abre espaço para ilustradores nacionais.

O lançamento será neste domingo (30 de setembro), a partir das 15h, no auditório da Livraria Cultura do Paço Alfândega - (Recife Antigo). A autora estará disponível para autógrafos até às 20h.

A programação inclui contação de histórias, brincadeiras com parlendas, quadrinhas e cantigas.

Na mesma ocasião, será lançado também pela Editora Projeto, o livro Balaio de idéias, uma coletânea de diversos autores e ilustradores, com projeto gráfico de Ana Gruszynski e Raquel Castedo.

Esmeralda se trata de um trabalho autoral, fruto de uma imersão de 65 dias como orientadora de Oficinas de Leitura em Fernando de Noronha. As águas cor-de-esmeralda do arquipélago guardam muitas histórias, e Rosinha Campos, que conviveu com os moradores da região, conheceu e ouviu muitas delas.


UMA DAS ILUSTRAÇÕES FEITAS POR ROSINHA APÓS A EXPERIÊNCIA EM FERNANDO DE NORONHA

Uma delas, recontada em Esmeralda, é a lenda da Alamoa, que narra para crianças uma história de amor entre o Rapaz-do-reino-das-águas-cor-de-esmeralda e a Moça-que-vinha-de-longe.

Nos últimos 13 anos, Rosinha assinou a arte de 42 livros publicados por 15 editoras diferentes. Ela acaba de chegar da Bienal de Ilustração da Bratislava (Eslováquia), onde participou como a única ilustradora brasileira convidada pelo evento.

Rosinha registrou depoimentos e impressões do evento em um blog criado especialmente para a viagem.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Shiko participa do FIHQ 2007 a partir de hoje



O FIHQ recebe esta semana o artista paraibano Shiko. Ele participa da programação do evento trazendo sua experiência de pelo menos 10 anos de quadrinhos, fanzine, grafite e outras formas de arte.

Hoje (24), às 14h, começa sua oficina de experimentalismo em quadrinhos, somente para quem se inscreveu previamente. Às 19h, ele palestra sobre o assunto, com entrada franca.

Dois momentos em um mesmo local: as dependências da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147 - Recife Antigo).

Saiba um pouco mais sobre Shiko e sua arte no post abaixo.

Shiko, o samurai dos quadrinhos



É difícil definir os desenhos e pinturas de Shiko. Sua arte desprovida de moral e bons costumes é imprevisível e prazeirosa como um solo de jazz.

A primeira vez que li sobre ele foi no site colaborativo Overmundo. Nas duas matérias (aqui e aqui) Desenhos que enchem os olhos e os textos quase reverentes, mais um acalorado e indiscreto debate nos comments, me levaram a crer que o cara deve ser mesmo uma figura.

Logo depois, minha amiga Leda me deu um toque sobre ele, elogiando bastante. Depois, outra amiga, a Rosana. A mesma coisa.

Pelo que disse naquelas matérias, ele não gosta de ser chamado de artista plástico. Mas o que dizer de quem cria com grafite, tatuagem, escultura, pintura em tela, fanzine, grafismos, animação e HQ??

Seu universo quase sempre auto-referente é um emaranhado de derivações sensoriais e perceptivas. Generalizando um pouco mais, Shiko não abre mão do sexo-drogas-rock’n’roll: amplia para jazz, literatura e cinema. Em seu fanzine, adapta contos de Albert Camus, Giovani Papinni e uma música da banda pernambucana Mundo Livre. Mulher Honesta, adaptação de um post do blog de Xico Sá, é seu projeto mais recente.

Um de seus temas conhecidos (e vendidos) é a série de telas a óleo com uma releitura erótica de Olívia Palito, a namorada de Popeye, seminua num balcão de bar.

Meses atrás Shiko publicou o que considero a melhor HQ nacional de 2007 (e olha que o ano nem terminou): Blue Note.



Projeto assinado em parceria com Biu (poeta e escitor), Blue Note conta a história de um rapaz que sai do interior paraibano (a pequena Rio Tinto, cidade natal de Biu), para se entregar à toda sorte de paixões.

Auto-proclamada "obra fonográfica", esta desconcertante "experiência emocional executada ao vivo" trata-se de uma narrativa não-linear, cuja carga poética é aditivada de referências do jazz, blues, rock e também do cinema – há cenas retiradas de Cinema, Aspirinas e Urubus.

Há também uma seqüência inteira de “Amarelo Manga, analisada com maestria pelo crítico Kléber Mendonça como "o plano detalhe do sexo feminino via saia levantada, imagem que filmada ou desenhada fecha as relações produtivamente promíscuas entre a imagem em movimento e aquela que sugere ação" (revista Continente Multicultural / setembro de 2007).

Natural de Patos, Francisco José de Souto atualmente mora em João Pessoa. Virou Shiko quando morava em Brasília trabalhando com publicidade. Lendo um mangá, ele aprendeu que shiko é a palavra que define a área de alcance de uma espada samurai. Como já havia outro Chico no mercado de lá, resolveu adotar o codinome japonês.



Na Paraíba, Shiko é talento reconhecido. Expõe em eventos de arte; teve seu Marginal Zine publicado como coletânea pela editora independente Marca de Fantasia; teve Blue Note patrocinado pelo Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos, mantido pelo governo da Paraíba; e está desenvolvendo um videoclipe de animação para os parceiros da Chico Correia Eletronic Band.



Fora do estado ele ainda é uma novidade, e aos poucos vai ganhando terreno. Mês de julho, Flora recebeu o prêmio de melhor HQ no concurso Alfaiataria de Fanzines; no mesmo evento, Blue Note recebeu menção honrosa na categoria publicação independente.

A seguir, uma seleção de cenas de Blue Note.

Se, como dizem seus conterrâneos, Shiko está somente começando, o que está por vir realmente deve ser de outro mundo.