quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fundarpe apresenta plano para economia da cultura

A Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco apresentou seu Plano de Apoio para o Desenvolvimento da Economia da Cultura do Estado, a ser gerido pelo recém-criado Núcleo de Apoio à Economia da Cultura. No evento, realizado na segunda-feira, fizeram as honras, para um público de aproximadamente 100 pessoas, Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe e Edgar Andrade, responsável pelo novo núcleo.

Nessa primeira versão, o plano prevê um conjunto de dez ações, entre elas o levantamento do Produto Interno Bruto (PIB) da cultura, algo inédito no estado. De acordo com a Fundarpe, somente em 2008, o investimento feito pela instituição gerou quase 120 mil postos de trabalho temporários, que geraram produtos e eventos usufruídos por 19 milhões de pessoas. Para dimensionar melhor esses números, basta comparar com os 70 mil postos temporários gerados pela economia da cana-de-açúcar no mesmo período. "Não temos uma estimativa de quanto a cultura gera para o estado", disse Andrade, que por isso pretende fazer um mapeamento da cadeira produtiva da cultura.

Em seu discurso, Luciana ressaltou a necessidade de construir um novo modelo de desenvolvimento. "Alguns têm usado a economia da cultura para desinvestir na cultura, e isso é algo indefensável". Enquanto Andrade descreve essa primeira versão do plano como "uma provocação". "Queremos que todo o setor produtivo se envolva, pois essa discussão é muito nova no país, e temos poucas informações e referências. Precisamos da experiência de produtores e artistas para acelerar esse processo", disse o gestor.

O lançamento, realizado no Cinema da Fundação, ainda promoveu sessão inédita no Recife de Tudo isto me parece um sonho, documentário sobre a vida do General Abreu e Lima, com direção de Geraldo Sarno, e participação do especialista no tema, o professor Vamireh Chacon.

Rodado no Brasil e Venezuela e premiado no último Festival de Brasília, o longa foi exibido como símbolo dos esforços da Fundarpe e Odebrecht (patrocinadora do filme)em inserir o estado no Mercosul Cultural e países da América Latina. A Odebrecht é parceira do Núcleo de Economia da Cultura e apoiará ações desenvolvidas pela Fundarpe. Em fase de planejamento, estão uma missão audiovisual na Venezuela (em parceria com a Ancine) e o intercâmbio cultural com Buenos Aires.

Ao apresentar o filme, Chacon defendeu a entrada da Venezuela no Mercosul. "Se não houver Mercosul Cultural, não haverá o econômico, pois as divergências culturais entre os países são entraves ao comércio", disse, para então exaltar o pioneirismo de Abreu e Lima na busca desse intercâmbio cultural, até hoje à procura de melhor definição.

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